domingo, 13 de abril de 2008

Fichamento do texto 4: HOBSBAWM,Eric. A era dos impérios. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1988.Capitulo 2 .

Eric A. Hobsbawm neste segundo capítulo, corrobora que em final do século XIX torna-se fácil observar um paradoxo: Crise econômica se tornando aliada da prosperidade. O mundo que cada vez mais se interligava, viu-se diante da chamada “Grande depressão”, tendo esta sido ocasionada por diversos fatores, entre destes podemos destacar a queda de produtos agrícolas, deflação e a diminuição da taxa de lucro. Mesmo diante deste cenário propenso ao negativismo comercial, pode ser considerado ainda assim um período em que grande foi o crescimento das economias nacionais, tendo destaque para os EUA e Alemanha que sobrepujaram a produção industrial da Inglaterra. Como uma das marcas que o capitalismo tem é de possuir um processo dinâmico, com uma capacidade inventiva, intensa que permite a constância das mudanças e o convívio entre diferentes ritmos deste mesmo sistema. Este período considerado de crise foi também um período de prosperidade e alternâncias de papeis no setor econômico.
Diante de tal crise países como a França, EUA, Alemanha, e alguns outros, elevaram suas taxas protecionistas conseguindo encarecer e dificultar a entrada de produtos de outros lugares em seus países. Ao contrário destes, a Inglaterra investiu tornando-se a maior potência exportadora de capital, recursos financeiros e ao mesmo tempo a maior importadora no ramo de produtos alimentícios. Cada nação ganhava assim um papel, como atores neste cenário, todas diante do liberalismo mundial. Uma inversão total de valores entre produtos industriais e agrícolas alterou drasticamente as relações entre patrão x proletário. Sucessivas mudanças ocorreram ainda mais: Produção agrícola aumentou, estagnou, houve também aumento dos preços. A próspera produção industrial viu-se diante dos preços que por sua vez despencaram. E quem mais foi prejudicado com tudo isso foram os proletários que estavam no meio desta reação em cadeia, deste turbilhão. Indústrias e o consumo paralisaram, atingiram diretamente os salários reduzindo-os. Sendo esta uma das razões que levaram ao estopim social que marcou o nascimento do século XX, diferenças cada vez maiores entre os ricos e pobres, pessoas e sociedades, neste processo capitalista que ao mesmo tempo em que aproxima sociedades, as desagrega.
Este momento no curso de nossa história, classificado pelo autor de Era dos Impérios, pode ser entendida como a era de mudanças e acontecimentos significativos na tecnologia, geografia, demografia e Ciência. As distâncias são reduzidas tendendo a união de países em blocos; Na demografia, há uma redução da taxa de mortalidade (com os avanços da ciência e com medicamentos em circulação) aumentando a expectativa de vida. Há uma unificação x cisão nas sociedades O desenvolvimento e subdesenvolvimento: a miséria sendo o subproduto do capitalismo. A diminuição da taxa de lucro em comparação aos custos de produção fazendo parte assim, da etapa do amadurecimento do capitalismo, aumentando a produção através dos avanços tecnológicos. As forças de produção tornaram-se obsoletas num período de tempo cada vez menor. Apesar das indústrias e do comércio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, pode-se dizer que os segmentos bancários e financeiros são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fichamento do texto 3: HOBSBAWM, Eric.A era dos impérios. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1988.Capitulo1



O autor faz uma breve análise comparativa da sociedade pertencente ao fim do século XIX e a que antecedeu em 100 anos. Comenta, com consciência, sobre as grandes mudanças, em curtos espaços temporais, resultantes das revoluções que completariam também 100 anos, como Revolução Francesa e Americana.
Evidenciou o crescimento demográfico das cidades, a superação e evolução dos meios de transporte, enfatizando o quantitativo de imigrantes que ganharam novo rumo continente a fora. É nítida a persistência do autor em demonstrar o peculiar paradoxo criado por tais mudanças: Enquanto ciência e tecnologia avançam cada vez mais criando possibilidades e estruturas para encurtar distâncias, aumentou consideravelmente abismos sócio-econômico-cultural entre regiões e nações de nosso vasto planeta.
Consegue com imparcialidade, se por à parte como se não fosse um autor social, faz uma leitura destas sociedades e dá um diagnóstico dos males resultantes das grandes transformações, acompanhando um possível tratamento. Fala da importância do investimento na cultura, através da educação e sinaliza que os níveis mais baixos de analfabetismo são frutos dos países considerados desenvolvidos: Educação como parceiro de progresso e este como apaziguador e pacificador de muitos males, tais como miséria, baixa expectativa de vida e fome.
Chama a atenção para o rumo que o termo progresso está tomando, para a toda dualidade criada ao redor do verdadeiro sentido do termo. E da sociedade para o papel que deve desempenhar. Fala também do que as correntes intelectuais ao longo do tempo acreditavam ser o progresso.
Com o avanço das máquinas, Indústrias, Ciências em geral e do capitalismo, a humanidade pode lucrar com a aceleração e a propagação da informação, meios de comunicação, aproximação das fronteiras através de transportes, porém construiu abismos culturais e sociais cada vez maiores. Os países menos desenvolvidos sofrendo sempre com a hierarquização da humanidade. Cada vez mais, estão distantes mundos pares, mundos que convivem face a face pertencentes à mesma sociedade, porém de distintos grupos sociais; Convivem e dividem muitas vezes o mesmo ambiente de trabalho: ricos x pobres; trabalhadores X empresários; a fartura caminhando lentamente diante da fome. Opostos que andam lado a lado frutos de um progresso capitalista, onde pessoas buscam durante décadas, séculos, fazem revoluções sempre por de liberdade, ordem, igualdade e evolução.

domingo, 6 de abril de 2008

Texto 2 – fichamentoFichamento de FALCON, Francisco José Calazans. O Capitalismo unifica o mundo. In:O Século XX . Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2000. pp.13-73.



Durante o texto é proposta a realização de uma análise do capitalismo. O autor procura fazer tal análise através do estudo da origem do mesmo, trazendo à luz o caminho que percorreu pelo mundo, assim como seu impacto nas mais variadas localidades e culturas. É explicitada no texto a crescente dificuldade em conceitualizar um termo tão fixo em nossas vidas no mundo contemporâneo e, porém, tão pouco levado a uma reflexão mais imparcial, que realmente pudesse explorar seu real significado, livre de símbolos.O autor tem como ponto de base para a compreensão do capitalismo, a idéia da “formação do mercado” e os impactos da mesma, passando também pela definição do que seria, mais em especifico, o mercado. Definida suas bases o autor discute o que seria o capitalismo através da noção de mercado, para somente então levantar a problemática da capacidade do mercado de se auto regular. É então feita uma reflexão da historia do mercado, para responder tal problemática.A principal divisão ideológica do texto, criada por Falcon, é a divisão do que seria o pré-capitalismo e o que seria o capitalismo de fato. Naquele vemos uma pequena “indústria” de bens de consumo, um desígnio maior de importância à agricultura e certas deficiências latentes no transporte, enquanto neste vemos a indústria em lugar de destaque, político e econômico e os transporte se adequando obrigatoriamente e estrategicamente a essa maior necessidade e demanda, superando suas deficiências para não somente acompanhar, mas também para oferecer base e suporte para a crescente indústria.Por fim, vê-se o capitalismo fortalecido pela era industrial ganhar força com as grandes guerras, e deixar seu legado na atualidade: a quebra das fronteiras, influência nos costumes e conseqüente mudança do mesmo, interação cada vez mais significativa de diversos paises no mercado internacional e a criação de pólos industriais que pela importância da indústria e do capitalismo, hoje são sinônimos de pólos econômicos.
6 de Abril de 2008 19:44

segunda-feira, 17 de março de 2008

Fichamento número 01.


Berman, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: A aventura da modernidade:São Paulo, Companhia das Letras, 2007. Introdução: “Modernidade – ontem, hoje, amanhã”p. 24-49.



O autor nos convida a uma reflexão a respeito do conceito que veio sendo construído desde o século XIX, passando pelo século XX sobre modernidade e modernismo. Reinterpreta autores clássicos, como Weber, Marx, Nietzsche, faz uso das generosas contribuições visionárias de grandes modernistas como Baudelaire e Maiakorski. Cada quais ligados às mudanças, saltos científicos, assistindo a morte gradativa de suas tradições e intrigados com o que se tornaria o amanhã das sociedades em questão. Como homens e mulheres receberiam e lidariam com a sensação do inesperado.
Com a modernidade, o imprevisível invade as casas, anuncia as mudanças conquistadas com a globalização, avanços científicos, tecnológicos, a uma população que se vê no meio de uma batalha subjetiva, onde seus valores e tradições, vão se perdendo ao longo do tempo diante das novidades e tentações que esta nova era traz consigo. As mudanças são inevitáveis e suas escolhas decisivas face aos acontecimentos. Mas todos ao longo do tempo são anfitriões afetuosos da modernidade. Buscam por melhorar suas vidas, vencer obstáculos e tudo isto faz parte da construção do homem contemporâneo. É um paradoxo intenso. O que o autor chama de experiência ambiental da modernidade, podemos interpretar como “globalização”. Através dela rompemos as barreiras geográficas, culturais, raciais, de classes, etc. A Internet é um exemplo disso, nos conectamos ao mundo todo, transpomos barreiras de tempo e espaço. Temos acesso a tudo que é notícia no mundo, à moda, à cultura diversas. Antes, o homem controlava de certa maneira a realidade à sua volta, sua rotina, tinha como passar mais tempo com sua família. Agora há a necessidade de se adequar e acompanhar as mudanças contínuas de nossa era. O novo hoje se tornará obsoleto amanhã. Assistimos aturdidos a todas as mudanças, ora sendo expectador na platéia, ora atores no palco.
O vínculo que possuíamos, rompeu-se. Somos metamorfoses urbanas. O que podemos perceber, segundo o autor e seus contemporâneos é que diante das grandes descobertas, do despreparado crescimento urbano, com a desproporcional explosão demográfica, com os sistemas de comunicação em massa, muitas vezes eles perderam o controle sobre suas contradições, deixaram de dominar suas emoções, tiveram que agarrar com toda força suas vidas cotidianas para poderem sobreviver. Como disse o autor “Se pudermos fazer nossa a sua visão e usar suas perspectivas para nos ver e ao nosso ambiente com olhos mais desprevenidos, concluiremos que há mais profundidade em nossas vidas do que supomos. Veremos a imensa comunidade de pessoas em todo o mundo que tem enfrentado dilemas semelhantes aos nossos”.