segunda-feira, 17 de março de 2008

Fichamento número 01.


Berman, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: A aventura da modernidade:São Paulo, Companhia das Letras, 2007. Introdução: “Modernidade – ontem, hoje, amanhã”p. 24-49.



O autor nos convida a uma reflexão a respeito do conceito que veio sendo construído desde o século XIX, passando pelo século XX sobre modernidade e modernismo. Reinterpreta autores clássicos, como Weber, Marx, Nietzsche, faz uso das generosas contribuições visionárias de grandes modernistas como Baudelaire e Maiakorski. Cada quais ligados às mudanças, saltos científicos, assistindo a morte gradativa de suas tradições e intrigados com o que se tornaria o amanhã das sociedades em questão. Como homens e mulheres receberiam e lidariam com a sensação do inesperado.
Com a modernidade, o imprevisível invade as casas, anuncia as mudanças conquistadas com a globalização, avanços científicos, tecnológicos, a uma população que se vê no meio de uma batalha subjetiva, onde seus valores e tradições, vão se perdendo ao longo do tempo diante das novidades e tentações que esta nova era traz consigo. As mudanças são inevitáveis e suas escolhas decisivas face aos acontecimentos. Mas todos ao longo do tempo são anfitriões afetuosos da modernidade. Buscam por melhorar suas vidas, vencer obstáculos e tudo isto faz parte da construção do homem contemporâneo. É um paradoxo intenso. O que o autor chama de experiência ambiental da modernidade, podemos interpretar como “globalização”. Através dela rompemos as barreiras geográficas, culturais, raciais, de classes, etc. A Internet é um exemplo disso, nos conectamos ao mundo todo, transpomos barreiras de tempo e espaço. Temos acesso a tudo que é notícia no mundo, à moda, à cultura diversas. Antes, o homem controlava de certa maneira a realidade à sua volta, sua rotina, tinha como passar mais tempo com sua família. Agora há a necessidade de se adequar e acompanhar as mudanças contínuas de nossa era. O novo hoje se tornará obsoleto amanhã. Assistimos aturdidos a todas as mudanças, ora sendo expectador na platéia, ora atores no palco.
O vínculo que possuíamos, rompeu-se. Somos metamorfoses urbanas. O que podemos perceber, segundo o autor e seus contemporâneos é que diante das grandes descobertas, do despreparado crescimento urbano, com a desproporcional explosão demográfica, com os sistemas de comunicação em massa, muitas vezes eles perderam o controle sobre suas contradições, deixaram de dominar suas emoções, tiveram que agarrar com toda força suas vidas cotidianas para poderem sobreviver. Como disse o autor “Se pudermos fazer nossa a sua visão e usar suas perspectivas para nos ver e ao nosso ambiente com olhos mais desprevenidos, concluiremos que há mais profundidade em nossas vidas do que supomos. Veremos a imensa comunidade de pessoas em todo o mundo que tem enfrentado dilemas semelhantes aos nossos”.